Fonte: Imprensa AMC – Karina Schovepper-

O projeto “Novos Caminhos” nasceu de um sonho. Um sonho conjunto de muitos juízes que atuam na área da Infância e Juventude, assim como dos assistentes sociais, que todos os dias se deparam com a triste realidade de crianças e adolescentes e suas vidas despedaçadas e seus lares desfeitos.

Tínhamos em mãos um número desalentador: nos próximos anos, 470 jovens, ao atingirem a maioridade, deixarão os 170 abrigos no Estado sem perspectiva de um futuro diferente do passado que tiveram. Com a maioridade, os jovens abrigados são considerados aptos a viver por conta própria, mesmo quando não possuem capacitação profissional. Como não há um programa direcionado exclusivamente a esse público no Brasil, o futuro deles estaria entregue à própria sorte, num quadro cruel de abandono, vulnerabilidade e absoluta falta de perspectiva de um futuro melhor.

Mas, graças à parceria com a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) e com o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ/SC), decidimos seguir na contramão das estatísticas e construir um futuro diferente para esses meninos e meninas. Com o “Novos Caminhos”, eles passam a ter uma oportunidade que nunca tiveram: de construir uma carreira profissional, tornarem-se independentes e poderem manter-se sozinhos.

Fechamos o ano colhendo os frutos deste trabalho: 174 adolescentes participam do projeto nas regiões de São Miguel do Oeste, Chapecó, Blumenau, Joinville, Itajaí, Lages, Criciúma, Xanxerê, Jaraguá do Sul e Grande Florianópolis. E muitos já estão com a carteira de trabalho assinada. Ano que vem, certamente teremos resultados ainda mais grandiosos, graças também ao imprescindível apoio dos magistrados nas regiões onde o projeto atua.

Este é um projeto que orgulha a todos nós, sobretudo porque tem apresentado resultados práticos, dando um pouco mais dignidade e cidadania a esses jovens que estão nos abrigos de todo o Estado e formando cidadãos aptos a fazerem diferença na sociedade.

Sérgio Luiz Junkes